Escrita de Pressão. Também em Jorros de Litro.
22
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 00:49link do post | comentar

Força de ti

Revolve, remexe, empurra, sopra,

transtorna, magoa, destrói, aparta,

pisoteia e calca as vontades reais

como um cigarro aceso que foi atirado

contra o chão molhado

e que não precisa de ajuda

para se apagar.

 


16
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 20:23link do post | comentar

E agora para quem não quero

que sei que me lêem

mas que nunca chegarão

aquilo que eu já fui.

 

PUTA QUE VOS PARIU. E Putas há muitas. Mas às putas que escrevo são putas indirectas. São as putas que recebem o dinheiro para foder a vida dos outros. Os outros já vos conhecem, filhos (e filhas) da puta. Os outros sabem que vocês sabem. O que vocês, filhos da puta (sem menosprezo pela secular profissão, mas apostado no carácter insultuoso mais baixo, o único que vocês, padrões morais da putaria), conhecem. O que vocês nunca entenderão, grandessíssimos filhos de uma cabra tinhosa, é que os outros se estão a cagar (espalhando as fezes pelas vossas sorridentes caras) para aquilo que vocês, inúteis vermes, pensam. E quando pensam, se é que pensam, pensam dentro dos pequenos moldes em que as vossas cabecinhas foram apertadas. Como se enfiadas à nascença num torno manual, às vossas cabeças, ideias, nunca vos foi permitido pensar. Tenho pena de vocês. Como se fossem cães leprosos que sobreviveram a um atropelo que poderia ser mortal, mas vos deixou sequelas de sociabilidade. Não vos odeio, simplesmente não vos reconheço valor. Filhos da puta, energúmenos tarados, que se exprimem por falsos padrões morais mas que, ao fim e ao cabo, são espremidos por esses mesmos limites. Limitados. Tenho tanta pena de vocês todos, pedaços de fel antropomórficos. O vosso sentido de certeza e a vossa clareza de pensamentos é como uma lente suja, cheia de esperma ressequido que já percorreu o circuito interno do corpo, entrando-vos pelo ânus e saindo, em forma de palavras, pela boca, deixando uma crosta seca no canto do lábio inferior. Hoje defeco, do alto de um décimo terceiro andar, para as vossas bocas abertas em gargalhadas, cá em baixo. E vocês, que riem, comem merda sem se aperceber. E à vossa capacidade energúmena não vos estende para além do mundo tacanho, imbecil, autosuficente, como amebas de onã. Dou-vos exactamente aquilo que vocês querem. O pior é que vocês, imbecis escatológicos, não se apercebem que vocês é que são os estranhos que comem a merda que vos deixo, lambendo os beiços em ignorante deleite. As mesmas gargalhadas que só demonstram que o torno estava oleado e que a vossa mente é quase tão pequena como as personalidade que mimificam, sem nunca as terem, sequer, compreendido. Sorrio-vos enquanto cago, bem de alto, para vocês. Que seja como os burros, então. Prefiro ser um burro esforçado que vos enche a vida de significado do que uma pobre desculpa de enzimas e esqueleto humano. Burros sois vós que nem sequer se apercebem da dimensão da vossa imbecilidade.

 

Espero sinceramente que gostem das minhas merdas. Haverá sempre, e só para vocês, um troço especial. Lambuzem-se como se não houvesse amanhã. Ao menos, têm uma razão para se esquecerem da pequenez das vossas vidas.

 


15
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 02:53link do post | comentar | ver comentários (1)

Como tu sabes ser, às vezes oiço-me a pensar...

(mas tu imaginas, hoje, as dificuldades que estou a ter para acertar nas letras do teclado...)

 

Como tu sabes o que eu sou, mesmo assim, n imaginas o que eu SOU.

(como eu não sei aquilo que fui, mas muito menos imagino aquio que posso ser. Consigo imaginar quilo que serei.Por favor, não é isso que quero)

 

Como ninguém sabe quem sou

(mesmo que alguém, que me conhece desde que me viu  virgem ao Todo, não faça noçao. daquilo que eu realmente sou. Quase tão pouca noção de mim como aquela que eu tenho)

 

Mesmo que eu não saiba o que é isto...

"Isto" é o mesmo que o "aquilo". "Aquilo" enquanto "coisa física" que. quotidianamente. se vê despojada de um qualquer ideal que, mais que o comunitário e institucionalizado, é o pessoal. O MEU.

O tal que me olha no espelho e se enche de perguntas banais sobre o que quer que seja que eu veja neste momento...

 

Hoje aproveito que tu (e TU TENS UMA LETRA GRANDE SÓ PARA TI) também me leias.

Sem ideais preconcebidas e com ecursos esilísticos amadores.

Atravessa as linhas e tenta, um dia (breve, que seja) perceber porque o irei fazer. A minha vida já foi, por demasiado tempo, a vida que não foi a tua. Nem que o tenha sido só para mim. Quanto te surpreender (e vou-te surpreender, porque só depois tudo isto te irá fazer sentido), lembra-te duma noite. Específica para mim, casual para ti, Uma noite em que, pelo gozo de podermos cantar em coro, dentro daquele carro (o tal que me poderia ter tirado a vida sem nos termos apercebido disso), cantámos uma música que, de tão foleira, se tornou o meu hino contigo. (tu nos agudos e eu nos graves - apesar do meu falsetto ser melhor que o teu e, mesmo assim, tu insistires nele. Eu era criança, os meus agudos -a naturalmente - seriam mais certos que os teus).

 

Peço-te que não me julgues - não tens, de todo, esse direito -  mas peço-te que me compreendas como  só tu o poderás compreender.

 

 Sim, sei que vou aturar a conversa moralista e cinquagenária (quinquagenária? ou será mesmo quim quagenária? ah, e desculpa a expressão temporal desadequada ao estilo, mas temos que chamar o tempo pelos seus nomes).

Não me peças explicações enquanto não te der decisões.

 

Mas quando decidir, faz o teu papel, mas peço-te que não me julgues. Faz o teu papel como eu já fiz mais do que o meu. (a chantagem aprendi-a com a minha outra raíz e, para o bem e para o mal, é aquilo em que me tornei..).

 

Em jeito de despedida (precoce, muito precoce, porque egoísticamente, quero que me deixes de te ver antes de eu não te conseguir sentir ao meu lado, fortaleza invicta assente em ilusões e pés de barro), peço-te perdão por nunca ter sido aquilo que eu sei que alguma vez eu poderia ter sido para ti. Mas peço-te que não me julgues por aquilo que eu ainda não sei o que posso ser para mim.

A nossa vída, meu Pai (e agora assumo-o com todas as letras e sentidos que esta expressão alguma vez teve e terá), foi atípica. Hoje, não queria que fosse de outra forma. Obrigado por compreenderes (ou, assumidamente aturares) o que eu sou. Mas não me peças nunca mais aquilo que eu poderei vir, ou não, a ser. Deixa-me ser. Sei que posso vorrer o risco de dar um trambolhão, parir o nariz contra o chão, magoar-me, ser carne mole contra a parede. Mas sou eu (EU) que o estou a fazer. Sei que me será difícil, senão impossível, fazê-lo sem tu o compreenderes. Mas, se não fores tu a compreender, mais ninguém compreenderá. Amo-te do fundo do meu coração e espero que um dia o meu (sim, um rapaz, inteligente como o avô) te reconheça como tal. Mas hoje, por favor, deixa-me saltar. Deixa-me não ver o que está à minha frente, não ouvir expectativas, ser aquilo que sou.

Peço-te para que, quando me arrepender (e espero que nunca seja preciso) tu sejas a minha parte madura, a parte que não me diga "eu avisei-te" mas que me digas "e agora, para levantar, o que é preciso?" e me deixes a pensar nisso. Sabes que sou menino. Têm sido os dias (e já é TARDE) em que preciso de ser homem. E, não me fodas, tu quiseste fazer o mesmo.Não duvido e acho que, se me disseres o contrário, mentes-me.

 

Pior do que isso, mentes-te a ti próprio.

 

E não há nada pior do que enganarmos o nosso passado reescreveendo-o. Detesto escrever por metáforas, mas não o consigo fazer doutra forma. É a minha única maneira de escrever. Pode ser que um dia, lendo-me, me consigas interpretar como consegues interpretar os que lês para o teu mester (duvidei entre mester e mister, mas mister soa a treinador do Montagraço FC e mester soa, quando lido, a um qualquer estrangeirismo.. Tenho que ler mais clássicos portugueses).

Desculpa não escrever com a mesma velocidade a que penso mas o que penso, espero eu, vale mais do que aqulo que alguma vez escreverei.

 

Quero ter essa oportunidade. De lutar. com já tive há 8 anos, e resultou. Pode ser que desta resulte melhor. Ou não. Só o saberei mais tarde.

 

Se tens confiança nessas tais capacidades que tu (vocês os 2) me reconhecem todos os dias e que vêem a ser desperdiçadas, apoia-me. Sei que é egoísta. Não o nego.

Mas preciso de saber que, um dia, quando eu "chutar o balde" por não conseguir viver mais com aquilo em que vocês me tornara enquanto homem adulto (e ainda bem, tão bem, que o fizeram), que vocês fariam como eu faria ao meu filho.

Adoro-te do fundo do meu coração, com toda a lamechice daí inerente. Hás de (ou como se diz por aqui, "hádes") ter 100 anos e eu deitar-te-ei a língua de fora. Tu vais saber o que eu te quero dizer. Não espero mais do que uma reacção paternal. A tua lingua, imberbe e centenáriam  pra fora da tua boca com dentes a fingir ;)

 

(desculpa a linguagem mal cuidada e os erros de ortografia e de concordâncias e etc., as letras "comidas" e "cortadas".` Não sei se sabes, mas só escrevo enquanto penso. Se penso no que vou escrever, nunca escrevo o que já pensei)

 

PS: não me venhas com merdas de conversa de avôzinho. Contigo (ou sem "tigo"), a minha decisão está tomada, Preferiria que a compreendesses. É que, se não fores tu, só eu a vou compreender, Falamos melhor no futuro.


13
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 01:56link do post | comentar

a euforia da nova criação

repetida até à exaustão

provou que a dúvida seria constante,

apesar das endofirnas espirradas

em nuvens de azul

 

com o tempo independente,

em compassos delineados

pelo matemático remate da madeira contra o aro

dessa linha saltitante onde penduro os meus metais,

seca o suor húmido da apatia

transformada em agressão.

 

Mas os tempos delimitados

eas danças independentes

só vêm dar força ao que nao te faz sentido.

 

pela energia que gastas e

pelo tempo que perdes

consegues olhar em volta

e iludir um final feliz.


publicado por A.Bruto, às 01:48link do post | comentar

o ovo cozido que se sentou no muro

(porque sabia que, se caísse, não se partia)

esticou o dedo médio para fora da casca

para que. quando apodrecesse

se soubesse porque é que tinha

saltado para fora da panela

 

 


09
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 22:29link do post | comentar | ver comentários (4)

Quando fiz a mudança? Quando foi aquele momento? Será que houve sequer, um momento? Ou terá sido a sequência de tempos, uns mais seguidos do que os outros e que, por acaso, foram vividos pela mesma física pessoa?
Não se pode pensar uma mudança. Posso pensar em fazê-la, sonhá-la, imaginá-la, desejá-la. Mas só acontece quando é feita, de facto. E acontece, de um momento para o outro. Como ela me disse, com voz de mulher séria e a menina dentro dela, chutar o balde. Ri-me. Tirar o apoio, sentir o pé a fugir, saber que dependes de ti e da tua força. Da tua vontade. Saber o que é importante e o que é irrelevante. Partir a cana do nariz ao descobrir.

"It’s all about the journey". O destino é secundário e garantido. Se lá chegares, e de certeza que vais lá chegar, tanto melhor. Mas não te vais sentir satisfeito no “objectivo cumprido”. Será sempre no caminho até lá. Espero eu.
O que realmente me fode são as expectativas. Desde que me passaram, inconscientemente, penso eu, fasquias, limites, metas. Nunca me perguntaram se eu os queria, de facto, passar. Esses objectivos. Será que alguma vez pensei de facto nos meus objectivos. Bem dito, será que alguma vez os tive? Os clássicos, acho que não. White picket fence, feliciddae através de um meio digno, acomodado, aconchegado, mesmo que seja esforçado. Esforçar pelo objectivo de outrem. Fodam-se. Não é isso que quero, pois não? Ou será que me fartei (só) de viver bem, sem saber que o estou a fazer?

Já não seria a primeira vez. Mulheres. E a mulher. A tal das tais, pela qual alterei parte da minha vida e abdiquei de coisas que não eram (descobri mais tarde, talvez demasiado? acho que não.) tão importantes. Futilidades. Forçadas amizades fúteis. É tudo a mesma coisa.

Mas a mudança é inevitável. Urge. Sanidade depende disso. Não estou para me tornar naquilo que sou hoje, mas elevado à potência da estagnação. Do paúl ao deserto, basta a minha inacção. E essa acompanha-me nervosamente, mesmo ao lado das expectativas dos outros, elevadas até à minha surdez. Não sou nem nunca serei aquilo que esperam de mim. E ainda bem. Serei aquilo que irei ser, melhor. Nos meus termos, nas minhas condições que, até são bem simples. Assim que as descobrir, claro.

Vamos. Um dia destes. Deixa-me hoje, na ressaca do acontecimento, no fim de um livro (o indicado, sem saber que assim o era), pensar no que seria ser o que realmente sou. Como fui contigo, sem saber que me revia naquilo que tinhas feito.
Ou de que precisava de uma desculpa para o fazer. Como sempre. Aliás, será possível agir por impulso. Hoje ia agindo, batia com a porta. Mais uma vez, ouvi que as expectativas que os outros (e desta vez, os outros têm uma letra minúscula, escrita assim, outros) tinham sobre mim, tinham sido frustradas. Uma parte de mim sentiu-se feliz (ia escrever "estranhamente feliz" mas não tenho necessidade de me mentir). Estaria absoluta e totalmente a cagar para as expectativas que têm em mim, logo só tenho que me sentir bem comigo. Não respeito os outros o suficiente para que me exijam ser aquilo que não sou – benvindo ao mundo real, dirão os que me conhecem ou que já cá andam nisto há mais tempo que eu. Alguns até o dirão cinicamente, invejosos do que tenho. Eles que não se esqueçam que o que tenho não me foi dado, foi suado e conquistado contra o pior dos meus inimigo, talvez até o único, que sou eu próprio.

Sim, senti-me bem por ouvir que não estava a cumprir o objectivo de me tornar carneiro no rebanho para a tosquia. E daí até ao objectivo final (o deles) vai um passo.
Ignorantes, burros.

Essas expectativas subiram-me à cabeça, não as soube interpretar como aquilo que de facto são, incentivos?

O valor que hoje me reconhecem será parte daquilo que ainda poderei vir a ser?

Não sei.

Mas tenho de o descobrir. E tem de ser já. Agora. Seja como for. Sei que vai ser impulsivo.

Como tudo aquilo que já me fez mudar. Para o bem e para o mal.


publicado por A.Bruto, às 22:26link do post | comentar

sugeri um dia que o começasses de noite

como se fosses obrigado a olhar sem ver

como se a luz te ofuscasse e o ébrio negrume te fosse dar algum prazer

como se te tornasses no teu antitético ser.

 

 

(como se algum dia o conseguisses fazer...)


publicado por A.Bruto, às 22:23link do post | comentar

Trauteei o tema recorrente

despachei o serviço de carácter urgente

libertei-me da redoma onde estava fechado

este ar magova-me os pulmões em cada nova baforada

por não estar habituado a ter tanto espaço à minha volta

 

Obviamente, fumei um cigarro enquanto brindava à nova liberdade.


publicado por A.Bruto, às 22:23link do post | comentar

De forma disforme, entre dois dedos de conversa, olhei bem fundo para ti.

Aconteceu quando o Silêncio chegou e se sentou connosco à mesa. Tinha andado adormecido, desaparecido há umas horas e nem reparámos na sua ausência.

Mas quando acordou, talvez influenciado pelo divagar saltitante do diálogo, entusiasmou.se. E quanto mais seguíamos, bamboleando em ébrios devaneios de planos e histórias, mais o invejoso se chegava.

Senti que queria, à força, participar. O grande invejoso, queria fazer parte de nós.

Ignorei-o e olhei bem fundo para ti.

Sem querer, calámo-nos.

 

Era um Silêncio incómodo...


06
Jul 09
publicado por A.Bruto, às 00:42link do post | comentar

Foram exemplos flagrantes de inconscientes coragens, como, aliás, todas as coragens são.

 

voltámos

todos nós, os outrora fracos.

desta vez, unidos numa só voz

 

voltámos.

movemo-nos, com a certeza da mudança

seja ela qual for, transformar-nos-á

 

Unidos

pela certeza da troca ou até mesmo da ausência

Pela volta espiral que começa a definir

a agulha da bússola

que irar parar a apontar para aquele lado

ou mesmo para o outro

 

E mesmo que não pare

vou para onde ela me mandar ir

 

 

 

 


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