Escrita de Pressão. Também em Jorros de Litro.
31
Ago 10
publicado por A.Bruto, às 15:18link do post | comentar

se fosses um grão de areia,

ter-te-ias alojado no meu olho.

e para te expulsar da minha visão,

irritado com tamanha maçada que me impede de vislumbrar

em grande e em pequeno, em três dimensões e tudo o mais,

ignorei as senhoras, médicas do saber feito, que me incitavam

para que lave a vista com soros

e outras gotas e mezinhas com as águas que curam os males da visão.  

 

teimoso que sou, na minha própria estupidez,

esfreguei-te e provoquei uma infecção.

agora, tudo o que vejo passa primeiro por ti


publicado por A.Bruto, às 14:21link do post | comentar

rumina mecanicamente

o senfim industrial

que separa a uva do engaço

rumino o dia banal

e separo o acessório

do sumo que irei beber

 

com isto, não quero

encontrar semelhanças em processos

tão diferentes como o desengaço da fruta

e o desembaraço das compras

a fermentação da uva

e o acumular de sombras

 

mas quero acreditar

que, no fim do dia,

acabamos os dois

cheios de vinho


26
Ago 10
publicado por A.Bruto, às 21:00link do post | comentar

será a subtileza muleta

do vernáculo necessário

ou o vernáculo um instrumento,

de quem nada sabe e tudo quer?

 

 


publicado por A.Bruto, às 20:49link do post | comentar

esse nojo com que observo

em frente à igreja da vila

os jovens que, parados,

só pensam no pecado,

deixando escorregar as mãos inadvertidas

para as tetas da catequista,

só é ultrapassado pelas cervejas contínuas

que surgem na minha mesa,

chegando a brindar aos avanços pré-puberes

de um qualquer galifão

destinado a tirar os três

a quem os quer convencer

que foi um deus que os fez


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