Escrita de Pressão. Também em Jorros de Litro.
27
Nov 10
publicado por A.Bruto, às 12:43link do post | comentar

adérito inapto fazia jus à sua graça,

sempre fito, sempre de fato,

corria junto ao caixão

no desfile do enterro

 

a solenidade obrigasse

que o falecido fosse chorado

mas adérito cuidava,

sempre afoito, fato inteiro,

que trabalho, quando surgisse,

só no fim estava feito.

 

viúvas e filhas chorosas

olhavam-no de lado

e bem vistas as coisas,

as outras também

mas adérito sorria

e que o que mais lhes apetecia

era mandá-los a todos

para o mesmo buraco.

 

adérito sorria porque sabia

que, enquanto cá andasse

os ia enterrar a todos.

e mesmo quando ela surgisse

de surpresa, como já tinha visto

e enterrado,

todos iriam pensar

em que vai enterrar

o adérito inapto

 


12
Nov 10
publicado por A.Bruto, às 16:36link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

"A mó do moinho,
Sentas-te ali
E está fresquinho"

(P. Águas)


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