adérito inapto fazia jus à sua graça,
sempre fito, sempre de fato,
corria junto ao caixão
no desfile do enterro
a solenidade obrigasse
que o falecido fosse chorado
mas adérito cuidava,
sempre afoito, fato inteiro,
que trabalho, quando surgisse,
só no fim estava feito.
viúvas e filhas chorosas
olhavam-no de lado
e bem vistas as coisas,
as outras também
mas adérito sorria
e que o que mais lhes apetecia
era mandá-los a todos
para o mesmo buraco.
adérito sorria porque sabia
que, enquanto cá andasse
os ia enterrar a todos.
e mesmo quando ela surgisse
de surpresa, como já tinha visto
e enterrado,
todos iriam pensar
em que vai enterrar
o adérito inapto