Escrita de Pressão. Também em Jorros de Litro.
24
Jun 11
publicado por A.Bruto, às 17:57link do post | comentar

rio-me. escarneço de ti.

desculpa, talvez queiras que

soletre ou que te dê

uma definição da tua propria

ignorancia?

 

Tal como ignoras

a tua falha mental,

menos que doença

e pouco mais que

animal

ignoro-te, imbecil.

 

porque te falta a coragem

porque te falta a força

porque não passas de uma coisa

coisinha

minuscula

insignificante

 

como um pedaço

de estrume que se solta

de uma roda

e que passa a ser

parte de um asfalto

todos os dias pisado

por quem te passa por cima.

 

percebes agora?

queres uma foto?

talvez de camara escondida?

o olho magnético do

imbecil unicéfalo

que te tornaste

revelou a tua falha.

 

talvez um dia te arrependas, talvez não.

pensa nisso

quando olhares para cima

e te aperceberes

que nunca foste nada

e sempre viveste a vida

dos outros

 


16
Jun 11
publicado por A.Bruto, às 23:21link do post | comentar

 

o que interessa é explicar

que a merda escorre

naquele sentido 

do público

sanitário

altivo e

embevecido

com a sua própria

estupidez

 


publicado por A.Bruto, às 23:05link do post | comentar

 

Entre um cigarro e uma cerveja

vejo sempre as vizinhas

enquanto conversam

sobre o tudo e do nada

sobre tua vida disfarçada

entre dentes 

e da vida dos outros também,

e de quem partiu para a outra,

coitado,

réplica imediata que

coitados somos nós

Que se sentam no café a espalhar a notícia

Da vizinha e do preço das coisas

E eu que envelheço enquanto vejo

o vosso tempo gasto em cinzas. 

Pois esse, bebo-o eu,

Com um brinde macerado

em arrependimento

quando penso no tempo

que perco  a ouvir

as conversas das vizinhas.


06
Jun 11
publicado por A.Bruto, às 10:18link do post | comentar

 

 

Não, não durmo

não estou intoxicado

nem sou tão estúpido

que não te leia.

 

Vejo o que fazes e

oiço o que dizes quando

julgas que durmo.

 

 

sabes do que falo,

não preciso de ser directo

nesta cenografia do engano

 

por isso escrevo dúbio

e rasgo a minha vida

em três

 

adivinha qual tu és.

 

 

já partiu.

a pólvora subiu pela garganta,

numa corrida espiral

em memória de amargos

de boca e fumos azuis

que sobem e rasgam

a nuca,misturando-se

em quantidades de

exactidão culinária

de sangue e escalpe

e a vontade final de

deixar por dizer

o que te 

  


01
Jun 11
publicado por A.Bruto, às 10:39link do post | comentar

olho em volta e todos vêem o mesmo que eu,

dentro dum pensamento que se mastiga e me corrói

repetido em filme surdo mudo e manco

sem direito a legenda ou explicação,

estático em evolução ou argumento,

apenas com um desconforto

como introdução.

 

Ampliando-se em vórtice

neste aleatório momento preciso,

rasga, a pouco e pouco, o tendão

do grego que nos lembra

das fraquezas humanas

e em proporções divinais,

multiplica a sede que me afoga,

esperneando por demorar tanto tempo

a tomar o seu devido lugar

 

A estátua desfaz-se enquanto

a orquestra desafina.

Assim, atinjo a perfeição

sem nunca ter existido.

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publicado por A.Bruto, às 10:17link do post | comentar | ver comentários (1)

não me vendam histórias

embrulhadas em factos de jornal

não me atirem areia

para os olhos

com provérbios berberes

 

Não me tentem impingir

metafísicas de chocolates

nem profetas bastardos

velhacos da parte da mãe e

ignorantes da parte do pai

 

não tentem.

eu agradeço e não me julguem ingrato

ou umbilical

respeito a vossa maldade

assim como respeito a minha vontade

(ou vice-versa, nunca sei)

 

Não falem, não olhem,

não respirem no meu pescoço

não me queiram, não me

façam nem o bem nem o mal,

eu rezo a mim para que o dia acabe.

 

 


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