A lingua presa do feito e refeito,
do já está e não volta.
Sempre o fim, e do fim e ao cabo,
que deixou estreito, feito e refeito,
a alternativa de fazê-lo melhor.
Do foi e não foi, fui o grande imperfeito
que esqueceu o malfeito
e vive, por defeito, infeliz e melhor.
Do salto maldito, do dia perdido,
da viagem do engano,
do engenhoso plano
de ter uma vida que se pensa maior.
Esperando o final, em aberto despeito,
escolhido por outros, em aberto rancor.
O erro está feito, e dentro do peito
carrego o defeito de não ser pior.